O
celular começou a vibrar depois começou a cantar a música Happy de Pharrel
Williams (Amanda amava aquela música), e nada melhor do que começar um dia com
uma música que enche seu ser de alegria e ânimo. Ela deixou tocar a música alguns
minutos e depois levantou vagarosamente sua mão em direção ao celular que
ficava sobre a criado-mudo, pegou o celular, desligou o alarme e olhou
rapidamente as inúmeras mensagens dos grupos de que fazia parte. A mesma baboseira
de sempre, há anos deixamos de nos comunicar mais intensamente por e-mail, mas
as pragas que se criaram nesse tempo ainda persistem – correntes- disse Amanda
com um ar cansado.
Ela se
levantou, se espreguiçou, e depois sentou-se na beira da cama olhando o nada,
deu uma piscadelas e começou a se arrumar para ir ao trabalho. Um banho rápido,
uma escolha de roupa anda mais rápida e já estava pronta para mais um dia no
seu trabalho.
A sua
rotina era a mesma, já há uns meses. Trabalho, casa e uma saída com as amigas
ao cinema ou alguma festa que aparecesse. Antes ela também frequentava uma
igreja, deixou de ir faz quatro anos, e para ela pareciam muito mais. Amanda
não tinha namorado. Namorados consomem muito tempo e energia, e ambos Amanda
estava focalizando e seu trabalho. Desde que se formou há dois meses e após a
sua contratação ela só tinha em mente uma coisa: crescer na empresa.
O
trabalho ficava perto de sua casa, coisa que a deixava livre para acordar um
pouco mais tarde. E ir sem preocupação para o ponto de taxi.
Amanda
saiu de seu apartamento pensando no novo projeto que ela estava trabalhando.
Ela era publicitária e a empresa tinha escalado para esta nova missão. A anterior
ela tinha realizado com maestria. Trazer de volta a popularidade de uma
empreiteira envolvida em um escândalo de corrupção. No começo ela foi tomada
por um temor, mas que se dissipou depois de ponderar sobre suas qualificações.
O
comercial começava com aquelas batidas de bateria lentas seguidas após alguns
momentos dos demais instrumentos, pessoas felizes em frente de casas novas,
depois uma sucessão de famílias sentadas em seus confortáveis sofás, e mais
algumas frases de efeito, e a maioria da população nem mais lembraria o que a empresa
havia feito há poucos meses – talvez ainda faça- pensou certo dia Amanda, mas
foram pensamentos que logo se dissiparam pois ela profissional e estava apena
fazendo o seu trabalho.
Perdida
em seus pensamentos, ela piscou após ouvir- chegamos senhora- proferido pelo
taxista. Ela pagou a corrida e desceu sem pressa do taxi em direção ao prédio
em que trabalhava.
Amanda
entrou no prédio.
– bom dia
seu Artur- Ele era o porteiro.
- Bom
dia dona Amanda-
Entrou
onde ficavam os escritórios dos funcionários e começou a ouvir o burburinho característico
do ambiente – eu amo isso- pensou Amanda. Um leve toque foi dado em seu ombro –
Bom dia Amanda, quer um pouco de café?- Era seu estagiário Lucas, um rapaz de
17 anos, esforçado, só um pouco estranho pensava Amanda, deve ser a religião
dele. Mas como ele fazia bem seu trabalho ela gostava dele.
- Bom
dia Lucas pronto para mais um dia de Traba...- suas palavras ficara presas pois
em sua frente o rapaz desapareceu e ela viu a caneca que ele segurava cair como
que em câmera lenta no chão atapetado do escritório derramando seu conteúdo no
chão e levantando a fumaça no ar.
Amanda
segurou com suas mãos a boca , uma expressão de horror surgia em seu
rosto- Não! - Disse para dentro- Não é
possível! A razão disse que aquela história era apenas conto de fadas- As
forças fugiram de sua pernas e ela caiu de joelhos no chão, chegou a sentir o
calor do café derramado em suas pernas, e lagrimas quentes encheram seus olhos.
E o burburinho que ela amava se transformou em gritos de pânico vindos de todos
os cantos do escritório.
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